05 novembro 2014

Top 10: lista das dez capas mais criativas da música nacional



Capa do álbum Água de cheiro, de 1983
  Olá, viajantes! Hoje vou postar algo que há tempos estava com vontade. Farei uma matéria especial sobre as 10 capas nacionais mais belas de todos os tempos. Me corrijam se eu estiver errado, mas não sou o único que, ao ouvir uma música, fica admirando a capa no Player. Olhar a capa do disco deixa a canção mais viva! Dá mais vida à história. Às vezes nos faz até gostar de uma música que não gostávamos. É o caso da música Cometa mambembe, do Carlos Moura (Água de cheiro, 1983). Quando baixei o disco eu não gostava da música. Confesso que prefiro outras, mas depois de ver o clipe eu comecei a gostar dessa. Sim, o clipe dá tanta vida à música quando a capa. E esse clipe, em especial, parece uma novela da Globo, é magnífico! Clique aqui para conferir. As fotos desse álbum são super profissionais. Note que ela foi criada a partir do título do disco: Água de cheiro. No clipe, inclusive, tem uma parte em que ele faz uma menção dessa música, apesar da água de cheiro não "fazer sentido" na música Cometa mambembe. Mas considerando que o clipe foi feito para promover o disco...
  
White album, dos Beatles. 1968
  Antes de fazer esta postagem eu dei uma olhada em outras listas e notei que elas costumam ser mundiais. E um dos poucos álbuns brasileiros que entraram para ela foi o disco do É o tchan (cê jura, BC?!). É sério, aquela capa é tão ridícula que não vou nem colocar aqui como exemplo, meus olhos sangrariam! Então pensei: "como que uma capa feia como aquela poderia ter entrado para a lista?" E cheguei a uma conclusão: eles consideram o disco, não pela capa, mas sim pelas músicas. Eu não sei nada sobre esse disco do É o tchan, mas sei que eles venderam milhões de discos. Muita gente gosta. Foi por isso que incluíram na lista (até porque como uma porcaria capa daquelas entraria para a lista das capas mais bonitas já produzidas?) Outra capa que foi incluída é a do white album, dos Beatles. É um álbum muito conhecido deles. Muito gente gosta, eu sei. Mas a capa, apesar do significado, não é grande coisa (pelo menos para mim). Desculpem se alguém discorda de mim, mas a capa do álbum Água de cheiro, apesar de ter vendido menos, é bem mais criativa (eu iria pedir a opinião nos comentários, mas como vou ficar no vácuo deixa pra lá). Enfim, voltando ao assunto. Não vou considerar a capa do disco pelas músicas, mas sim pela criatividade. Então vamos lá!



10° lugar


Odair José, 1980
  Em décimo lugar, a capa do disco de 1980 do Odair José. A primeira música que ouvi do cantor foi Lágrimas no asfalto, minha favorita até hoje. Aliás, houve uma época na minha vida em que eu estava procurando por músicas românticas. Havia as internacionais, em inglês, mas como eu queria entender a mensagem do artista, não só "ouvir por um ouvido e sair pelo outro", decidi procurar por algumas em português na internet. Então descobri no 4shared os bregas oitentistas do Pará. Me apaixonei na hora! Eu havia encontrado o que tanto procurava... Músicas românticas em português e com um arranjo de qualidade. Um dos meus primeiros bregas foi essa do Odair, mencionada recentemente.
  

  Como vocês podem notar, a capa é magnífica. Uma das melhores capas de discos de música brega! Os produtores conseguiram passar na capa a imagem de um ricaço apaixonado. Uma daquelas pessoas que tiveram sucesso na vida econômica, mas fracasso na vida amorosa. Seu único amigo é um cachorro (até chorei aqui). A iluminação da foto é perfeita, possuindo um clima noturno. O figurino, a pose do cantor e do animal, a lareira no fundo, enfim, o cenário em geral. Uma das capas mais criativas que já vi em toda a minha vida. É como se ela transmitisse uma mensagem para o consumidor informando sobre as músicas tristes. A música Toalha e sabonete é uma das canções que se destacam nesse álbum.


9° lugar


Márcia Rodrigues, 1990
  Em nono lugar, a capa do álbum de 1990 da Rainha da Lambada: a Márcia  Ferreira. A cantora costumava lançar, de 82 a 92, um disco a cada dois anos. Um ano após o álbum de 88, é lançado o primeiro disco da banda Kaoma (Worldbeat). Os produtores roubam a versão da Márcia de Chorando se foi (Llorando se fue), de 86, e em 1990, devido a repercussão, ela fica na boca da mídia. Ela ganha uma causa contra a Kaoma em 1991. Mas voltando ao disco, ele fez muito sucesso no início dos anos 90. O locutor e apresentador Diguinho Coruja afirmou, na época do Band Coruja, que sempre tinha alguém com esse disco por onde quer que você andava. O sucesso do disco foi tanto que todas as músicas foram executadas nas rádios.
  
  Notem a capa do álbum. A cantora está em um salão, dançando adivinha o quê? Lambada! Não só ela está na capa, mas também vários dançarinos no fundo. Sem falar da fumaça no estúdio. Uma superprodução musical dos anos 90! A foto da contracapa também surpreende de tão cinematográfica. Quer ver? Baixe a versão ripada pelo Nell clicando aqui.



8° lugar


Álbum Dia de paraíso, dos Abelhudos, 1988.
  Nascido no Festival dos Festivais, um especial promovido pela Globo em comemoração aos 20 anos da emissora, o grupo tentou vencer o festival com a música O dono da terra, mas perdeu para Escrito nas estrelas, da Tetê Espíndola. Bom, pelo menos ele ficou entre os finalistas, não?! Nascia aí Os Abelhudos, que durou até 89.

  Vejam capa... Que maravilha! Uma superprodução oitentista! São tantos detalhes que fica até difícil descrever. O estúdio foi montado de acordo com a música que leva o título do disco: Dia de paraíso. Note o figurino dos cantores, a pose, as frutas (que devem ser cinematográficas), os verdes (tá legal, esta palavra ficou estranha, mas é melhor do que árvore), o céu azul e o tucano no fundo. A contracapa ainda traz novos ângulos do estúdio. Note também que o mais velho da banda está mais magro. A Renata, que havia substituído Tatiana em 87, foi substituída por Danielle no seguinte e último disco dos Abelhudos.


7° lugar


Álbum Nosso quarto é testemunha, de Carlos Alexandre, 1987.


  Em sétimo lugar, mais um álbum de música brega. Carlos Alexandre é considerado um dos melhores cantores do gênero. Seu primeiro sucesso foi Feiticeira, do final dos anos 70. Seu ídolo era Evaldo Braga, talvez por isso ele, apesar de ir mudando o ritmo de sua música para algo mais lento, nunca deixou de incluir aquelas músicas no ritmo do brega anos 70. De toda a discografia, esse é o mais bem produzido. É o que tem os melhores arranjos, mais orquestra, a melhor capa, enfim, é o mais produzido.

  Esta é a capa mais criativa de sua discografia. Foi criada através da música Nosso quarto é testemunha. O estúdio se passa no quarto do nosso apaixonado. Note o detalhe do figurino e do estúdio. Apesar não estar focalizado no fundo, nota-se um abajur no lado direito. Apesar da música principal, a minha favorita é Queria tanto, a mais romântica. Outras que se destacam são: Não tem mais jeito, Sim e Mais uma noite de amor.



6° lugar

Álbum Pessoa, do Dalto, 1983.
  Em 6° lugar, a capa do álbum Pessoa, do Dalto. O cantor entrou para a vida artística nos anos 70 em um grupo intitulado Os Lobos. Após um bom tempo ele saiu para estudar medicina, acabou se tornando médico. Parece que, mesmo tendo conquistado um futuro tranquilo, algo lhe incomodava... Talvez aquela vontade de cantar, realizar o seu sonho de criança... Oh! Tá legal, eu meio que me emocionei, haha!

  Esta é a melhor capa oitentista que eu já vi. O Dalto sobre um chão tecnológico, e cada passa que ele dá, por cada retângulo que ele pisa, acende uma luz. Mas veja! Os retângulos dos robôs não estão acesos. Talvez porque não têm vida. Será que irá lutar ou dançar com os robôs? Essa dúvida me assola, mas acredito mais na segunda opção. Enfim, uma capa muito inteligente! Fiquei surpreso ao ver as músicas Espelhos d'água e Anjo, pois a primeira foi regravada pela Patricia Marx (pensei que fosse dela, ai, meu coração!) e a segunda gravada, ou regravada, pelo Roupa Nova no mesmo ano. A versão do Roupa Nova fez mais sucesso, é óbvio.



5° lugar

Álbum Fletes e amores, de José Claudio Machado, 1988
  Já entrou para esta lista álbuns de música brega, lambada, infantil e MPB. Agora vou falar sobre um álbum de música gaúcha. Eu não ouço muito música gaúcha, a não ser aquelas com bateria dos anos 80 e outras lentas. Sim, existe música gaúcha com bateria dos anos 80! Procure no YouTube e dê uma olhada nessas aqui: Rodeio da vida, de Os Monarcas; O tranco da morena rosa, de Os Mirins; Pétalas caídas, do Tchê garotos; Milonga abaixo de mau tempo, do nosso amigo José Claudio Machado e Vitória régia, do Wilson Paim.

  Observem a capa. Nem todos os discos de música gaúcha têm capas inteligentes e criativas como esta. Aliás, as capas atuais dos discos de música gaúcha são cancerígenas. Fazem meus olhos sangrarem... É uma típica foto de um gaúcho todo vestido a caráter que está cuidando dos seus cavalos. A expressão do artista na foto dá a impressão que ele ouviu algo atrás e decidiu virar para dar uma olhada, ou está apenas cuidando  os outros cavalos que estão fora da foto. Muito criativo! Uma música que eu gosto muito deste disco é Potro sem dono, fez muito sucesso por aqui.



4° lugar


Álbum Sem pudor, de Markinhos Moura, 1990


  Em 4° lugar, Markinhos "Meu Mel" Moura! Pensei muito sobre incluir este disco devido a capa... "indevida". Mas tenho que admitir que a foto é muito criativa. Foi criada a partir da música Sem pudor. Markinhos sempre foi "criativo" com suas capas no começo dos anos 80, mas depois que ele estourou com Meu mel suas fotos ficaram mais sérias. Isso porque a gravadora queria transformá-lo em um galã. Leia aqui o Por onde anda do cantor. Nos anos 90 ele deve ter se "revoltado" e decidiu fazer aquelas capas "criativas". Acontece que a gravadora não gostou nem um pouco disso e ele acabou saindo dos estúdios. Isso porque ele era um cantor popular. Este é o último álbum dele com aquela clima dos anos 90. Agora uma curiosidade sobre este disco. A música Estranho amor fala sobre um homem que se apaixona por outro homem. A letra, apesar de fora do comum, é muito bonita e o arranjo e perfeito. É uma ótima história para se ouvir.


3° lugar



Álbum Água de cheiro, de Carlos Moura, 1983

  Em terceiro lugar o álbum Água de cheiro! Sim, eu já falei sobre ele, então não há quase nada para falar. Não sei muito sobre o Cantor, só conheço quatro discos dele. (1980, 1982 e 1983). As capas desses três álbuns são muito parecidas, mas essa é, sem dúvida, a mais criativa. Sem falar da contracapa. Pelo que eu li foi nesse disco que ele ficou conhecido em todo o país, apesar de já ser bastante conhecido no nordeste. Há um outro disco dele, parece ser o quarto, lançado no final dos anos 80 intitulado Uma noite no café Nice. Infelizmente nunca ouvi esse disco, mas a capa é bem diferente dos três primeiros. Ele deixa o "clima de nordeste" de lado e passa a adotar o clima dos anos 80. Não sei se ele gravou mais algum outro álbum nos anos 80 e 90, mas ele gravou mais dois no começo dos anos 2000. Como ele não teve a mesma produção dos anos 80 a capa não saiu a mesma coisa. Nem escutei porque os arranjos não devem ser tão ricos quanto os arranjos dos anos 80. Veja abaixo uma foto do clipe dos cantor lançado pelo Fantástico em 1983. Segundo o próprio cantor, ele não conseguiu apreciar o seu clipe ao vivo devido às ligações que recebeu dos fãs elogiando pelo excelente trabalho.


Cena do clipe Cometa mambembe, de 1983



2° lugar


Compacto Parabéns a você, de Maria Regina, 1962
  Em segundo lugar, o álbum da menor cantora do mundo: Maria Regina. Este é o disco infantil mais antigo que conheço, foi lançado em 1962. Apesar de antigo, os arranjos são espetaculares. Não é como aquele arranjo chato dos anos 70. Parece ser um álbum lançado para se ouvir em festas de aniversários. Preste atenção na capa, normalmente as fotos de aniversário são horríveis. eles tiram foto da criança, recortam ela com o flash no rosto da criança e colam em um fundo cancerígeno. Já esta foto tem toda uma produção. Os balões no fundo, o bolo na mesa, o figurino, enfim, o estúdio é perfeito. Uma das melhores capas de discos infantis, se não a melhor!






1° lugar


Compacto Os Ronaldos, de 1986
  Em primeiríssimo lugar, a capa de um compacto do grupo Os Ronaldos. Esta é a capa mais linda e criativa de todos os tempos! Jamais vi trabalho mais bem produzido do que essa belezinha. Note a iluminação oitentista, o carro antigo, os figurinos, o céu noturno e a cidade no fundo. Para falar a verdade, eu nem conhecia a banda. Mas sei que ela teve sucesso repentino e lançou apenas um álbum, fora alguns compactos. A capa foi criada a partir da música I love you. Apesar do nome das músicas serem em inglês as letras são em português. Outro detalhe sobre a capa é o clima. O carra dá um ar de anos 70, a iluminação de anos 80 e a cidade junto com o mar (ou lagoa, rio, ou qualquer outra coisa) dá um ar de anos 90. Incrível!
Por hoje é isso, pessoal! Fiquei um três dias escrevendo esse post, então vou deixá-lo no topo por um bom tempo. Caso essa postagem faça sucesso irei fazer uma segunda parte, mas caso não faça fica aí o registro. Boa viagem musical e até a próxima!

•Observação: Os possíveis erros de digitação serão corrigidos brevemente (porque agora estou com preguiça).

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